terça-feira, 12 de abril de 2011

Medo???

Quanto mais o tempo passa, menos conheço o ser humano.

E a certeza que ficará ainda pior daqui alguns anos ainda me assusta.
Quando acho que não posso mais me surpreender.
Eis que surge uma novidade. Um fato. Um detalhe.
O que mais você tem medo???
Eu tinha medo de coisa de outro mundo, mas hoje eu tenho medo de gente.
Gente que sorri de um jeito e pensa de outro.
Gente que te olha nos olhos docemente e dá grandes gargalhadas por dentro.
Gente que fala uma coisa e faz outra.
Gente que veste uma máscara de bondade e sorrateiramente leva seus dias de paz embora.
Tenho muito medo disso.
E mais medo ainda de saber que um dia alguém assim esteve perto.
Medo de gente faz a gente se conhecer melhor.
Faz a gente não importar mais com as palavras que a pessoa diz.
Mas ficar esperando o que ela faz.
E por mais que não saibamos o que ela faz. Um dia as histórias aparecem.
E aí que vamos descobrindo os detalhes que a compõem.
As doces mentiras.
Que de tão doces, quase são verdades.
E a gente está tão obcecada, que qualquer sorriso bem dado nos comove.
Por isso continuo fincada com os pés no chão.
Já que pretendo passar por muito tempo por aqui, o melhor é me acostumar com elas.
Medo de gente....
Quem diria que um dia eu ia ter...
Devem ser os ares desses novos tempos, fazer o quê?!!


(Iara Maria)
"Um cão não se importa se você é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Se você lhe der seu coração, ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não." (pág.292)


Do livro Marley & Eu

segunda-feira, 11 de abril de 2011

P/ algm além desse mundo, mas que viverá spre em meu coração

Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro.

. . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.

Texto de Caio Fernando Abreu

Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?

(Retirado do livro "Pequenas Epifanias")