terça-feira, 30 de outubro de 2012

Eu quero paz

''A paz invadiu o meu coração...''
Eu sempre gostei de fortes emoções, de uma vida agitada, de ''barulho'' saudável, de altas gargalhadas, de sair correndo rua adentro, correndo, gritando, pulando e cantando...
De repente meu coração pediu paz, pediu calma, pediu silêncio!
Fui invadida por um sentimento desconhecido, jamais pensei que pudesse querer tranquilidade, sem exageros, sem balões coloridos, sem muito alarde, era só paz, tranquilidade, silêncio (...).
Será que envelheci sem ao menos ter alcançado três décadas? ah, pobre de mim, pensei, sofro de velhice precoce, velhice de espírito,e aonde foi parar meu espírito aventureiro? talvez tenha ficado guardado em uma de minhas gavetas; eu me escondi dentro de uma delas para agradar o mundo e não agradar ninguém, pois o que ganhei com meus alardes, com minha mania de resolver tudo, de falar demais, foi tristeza e decepção, ganhei carnaval quando mais quis valsa!
Às vezes pergunto o que eu fiz da minha vida até agora, entro em paranóia, me machuco, faço arranhões em minhas feridas e as deixo sangrar até que sequem e eu possa abrí-las novamente, não, eu não sou masoquista,apenas não tenho sabido lidar com a dor.
Em meio a tantas palavras encontro conforto~.
Eu ainda não aprendi a falar com as pessoas sobre o que eu sinto, por medo de ferí-las, por medo de ser rude demais, eu guardo cada palavra dura para mim e choro sozinha no frio de meu quarto.
Eu ainda vou crescer a ser gigante, risos...
Eu quero paz, viver um dia de cada vez sem preocupações que façam meus fios de cabelo caírem, quero poder comer algodão doce e se eu engordar que não haja desespero, quero cantar alto e se desafinar que eu ria disso, não me preocupe, quero torcer para o meu time sem me preocupar em que posição de liderança ele está, quero poder falar sobre o que eu faço sem me preocupar se alguém se sentirá diminuído, quero poder falar sem me preocupar, quero ser eu, quero ter paz!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Amar pode dar certo


O ser humano só pode existir em paz consigo mesmo se puder se relacionar com uma pessoa a quem diga, com palavras e gestos, "eu te amo" e de quem ouça com total sinceridade: "Eu também te amo".
Mas amar supõe evoluir todos os dias, conhecer o outro cada vez melhor, construir com ele um lugar no mundo em que as pessoas, ao entrar, sentirão que ali existe vida, carinho sincero,
 vontade de acertar.
Nos momentos de crise ou de mágoa, dizer "eu te amo" ao parceiro é ter a coragem de lhe dizer que ele fez algo de que você não gostou.
Nos momentos de alegria e êxtase, dizer "eu te amo" é saber compartilhar essa alegria com quem você ama, abrindo seu coração sem reservas.
Nos momentos de dor, dizer "eu te amo" é talvez não dizer nada, mas deixar evidente ao outro que você está ao seu lado aconteça o que acontecer.
Nos momentos em que você perceber que errou, a melhor maneira de dizer "eu te amo" é simplesmente dizer: "Desculpe pelo meu erro".
Nos momentos em que o outro errou, e está triste porque cometeu o erro, a melhor maneira de dizer "eu te amo" é se aproximar lentamente dele, colocar a mão em seu ombro e dizer suavemente: "Tudo bem, já ficou para trás".
Amar pode dar certo é a frase mais simples possível para traduzir a convicção de que nascemos para amar e ser amados, e que nossa felicidade consiste em realizar essa missão.






Roberto Shinyashiki

“Eu odeio dias de chuva, e frio. Odeio segunda feira. Odeio quando me acordam. Odeio o tédio. Odeio ficar em casa nos finais de semana. Odeio quando não consigo definir meus sentimentos, odeio não conseguir mandar em mim mesma. Odeio quando se entrometem na minha vida e me dizem o que fazer. Odeio a falta de caráter das pessoas. Odeio futilidades. Não entendo a discriminação, o preconceito, a desi
gualdade, a inveja. Odeio pessoas mesquinhas, e odeio a ignorância. Odeio a falsidade, e abomino a mentira. Odeio que falem mal das pessoas que eu gosto. Odeio quando me dizem “não” e me jugam mal, como errada. Odeio a forma como as pessoas banalizam os sentimentos. Odeio quando um “ex” chega e diz: “Estou com saudades de você”, mesmo estando com outra pessoa. Odeio o modismo. Não suporto a saudade, e o fato de algumas pessoas não se importarem com a falta que fazem. Odeio quando não está por perto. Odeio dizer “adeus”. Odeio os meus medos infantis, as minhas dúvidas, a minha indecisão e a minha insegurança. Odeio quando tento explicar algo e você “finge” que não entende, mas odeio quando tento explicar algo e você não quer entender. Odeio criancices, e pessoas dramáticas demais. Odeio a indiferença, e o melancolismo. Odeio a falta de fé nas pessoas. Odeio o modo como me torno tão previsível. Odeio quando não admitem o seu próprio erro. Odeio quando me dizem verdades que me custam a ouvir. Odeio ter que ser realista, odeio ter que aceitar.”

— Camila Candido
“Se implorar resolvesse, não me importaria. De joelhos, no milho, em espinhos, agachada, com o cofrinho aparecendo. Uma loucura qualquer, se ajudasse, eu faria com o maior prazer. Do ridículo ao medo: pularia pelada de bungee jump. Chorar, se desse resultado, eu acabaria com a seca de qualquer Estado, de qualquer espírito.Mas amor não se pede, imagine só. Ei, seu tonto, será que você não pode me o
lhar com olhos de devoção porque eu estou aqui quase esmagada com sua presença? Não, não dá pra dizer isso. Ei, seu velho, será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença? Não, você não pode dizer isso. Ei, monstro do lixo, será que você pode me beijar como um beijo de final de filme porque eu estou aqui sem saliva, sem ar, sem vida com a sua presença? Definitivamente, não, melhor não. Amor não se pede, é uma pena.É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira. É uma pena ter o coração inchado de amar sozinha, olhos inchados de amar sozinha. Um semblante altista de quem constrói sozinho sonhos. Mas você não pode, não, eu sei que dá vontade, mas não dá pra ligar pro desgraçado e dizer: ei, tô sofrendo aqui, vamos parar com essa estupidez de não me amar e vir logo resolver meu problema? Mas amor, minha querida, não se pede, dá raiva, eu sei.Raiva dele ter tirado o gosto do mousse de chocolate que você amava tanto. Raiva dele fazer você comer cinco mousses de chocolate seguidos pra ver se, em algum momento, o gosto volta. Raiva dele ter tirado as cores bonitas do mundo, a felicidade imensa em ver crianças sorrindo, a graça na bobeira de um cachorro querendo brincar. Ele roubou sua leveza mas, por alguma razão, você está vazia. Mas não dá, nem de brincadeira, pra você ligar pro cara e dizer: ei, a vida é curta pra sofrer, volta, volta, volta. Porque amor, meu amor, não se pede, é triste, eu sei bem. É triste ver o Sol e não vê-lo se irritar porque seus olhos são claros demais, são tristes as manhãs que prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa. É triste respirar sem sentir aquele cheiro que invade e você não olha de lado, aquele cheiro que acalma a busca. (…) É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz. Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. É triste lembrar como eu ria com ele. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.”