Mesmo arriscando a vida, não recuam na missão.
"Um policial tem que correr 10 km por ruas escuras, subir
paredes, pular muros, entrar em matagais, invadir casas que nem um fiscal de
saúde pública ousa penetrar, e tudo isso, sem sujar, manchar ou rasgar o seu
uniforme.
Tem que estar sempre em boa forma física, quando nem sequer lhe dão
tempo para comer.
Tem que investigar um homicídio, buscar provas nessa mesma
noite e, no outro dia, ir até o tribunal prestar depoimento.
Também tem que
possuir quatro braços, para poder dirigir sua viatura, atirar contra criminosos
e ainda chamar reforço pelo rádio.
Ele necessita ter três pares de olhos, um par
com raios-X, para saber o que os criminosos escondem em seus corpos, outro par
ao lado da cabeça para que possa cuidar de seu companheiro e outro para
conseguir olhar uma vítima que esteja sangrando e ter discernimento necessário
para dizer que tudo lhe sairá bem, quando sabe que isto não corresponde à
verdade.
Um policial é capaz de acalmar ou dominar um
drogado de 130 quilos sem nenhum incidente e, ao mesmo tempo, manter uma
família de cinco pessoas com seu pequeno salário.
Ele estará sempre pronto para
morrer em serviço, com sua arma em punho e com sentimento de honra correndo
junto ao sangue.
Ele não só foi acrescentado de coisas, mas
também lhes foram tiradas algumas. Foi tirado seu orgulho, pois infelizmente para ser reconhecido
e homenageado ele terá que estar morto. Ele também não irá precisar de
compaixão: pois ao sair do velório de seu companheiro, ele terá que voltar ao
serviço e cumprir sua missão normalmente.
Ao chegar em casa, deverá esquecer que
ficou de frente com a morte, e dar um abraço carinhoso em seus filhos dizendo
que está tudo bem. Terá que esquecer os tiros disparados contra seu corpo, ao
dar um beijo apaixonado em sua esposa ou em seu esposo. Terá que esquecer as
ameaças sofridas, ao ficar desesperado quando o salário não der para pagar as
contas no final do mês e terá que ter muita, mas muita coragem para no dia
seguinte, acordar e retornar ao trabalho, sem saber se irá voltar para casa
novamente.
Mas lhe foi dado o direito de pensar. Poderá investigar, buscar e prender um criminoso em menos
tempo que cinco juízes levam discutindo a legalidade dessa prisão… Poderá
suportar as cenas de crimes às portas do inferno, consolar a família de uma vítima
de homicídio e, no outro dia, ler nos periódicos que os policiais são
insensíveis aos “Direitos dos Criminosos”.
Ele ainda terá um coração que chora. Derramará
lágrimas por todas as emoções que carrega dentro de si… Por um companheiro
caído… Por um pedaço de pano chamado bandeira… E por um sentimento chamado
justiça!
Ele poderá chorar, porque é simplesmente um
humano!"
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