"...faz de conta que a infância era hoje e prateada de brinquedos, precisava do faz de conta para viver, faz de conta que amava e era amada, faz de conta que não precisava de morrer de saudade, faz de conta que vivia e que não estivesse morrendo pois viver afinal não passava de se aproximar cada vez mais da morte, faz de conta que tinha um cesto de pérolas só para olhar a cor da lua, faz de conta que ela fechasse os olhos e os seres amados surgissem quando abrisse os olhos úmidos de gratidão, faz de conta que tudo o que tinha não era faz de conta, faz de conta que ela não era lunar, faz de conta que ela não estava chorando por dentro..."
- Clarice Lispector
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